Batata Cinderela na Night

Querida Horta, (Warning: deixo aqui testamento para a 4º geração)

A Gala de Finalistas já veio, já foi, e mais uma semana de estudo, trabalho e choro começou e acabou. 

Ora, foi uma gala muito bonita, estávamos todos muito elegantes,... (e o date, Batata?! Já lá vamos.), tiraram-se fotos, reviveram-se momentos, perderam-se sapatos... espera, o quê? É verdade.

Às vezes penso que, se não vivesse as coisas e fosse apenas um leitor deste blog, achava que inventava as coisas que me acontecem. Mas acontecem, eu juro! E naquela noite, estava com um elevado complexo de Cinderelismo. Das duas uma, ou estava com mania de vedetismos, ou o meu subconsciente procurava um Príncipe Encantado. 

Deixa-me que te diga, Horta, de que me valeu  de pouco! Nem fui vedeta, Príncipe nem vê-lo, e nem a uma abóbora tive direito. Apenas a perder o sapato - constantemente.

Na volta, isto é um upgrade, dado que antes era o telemóvel. Vá-se a saber...

Ora, tudo começa quando Batata entra no salão da Gala, desce a escadaria coberta de tapeçaria vermelha, muito diva, tudo muito tchanan e... chega cá abaixo sem rebolar. Mission accomplished, pensei.

Agora, vamos tirar fotografias! Batata saca da casacaria, revelando o dress todo nice, e dirige-se outra vez para as escadas. A meio da subida, larga pela primeira vez o sapato - o pé vai, e o sapato fica no degrau. - A seguir, veio todo um momento de "e agora como é que me calço, equilibrada num salto alto?" E lá vem um fofo que me ajuda. Tudo OK, pensei. Vou ter mais cuidado para a próxima.

Janta-se. Vota-se nas categorias. Entregam-se os prémios. (o date e eu ficámo-nos pelo "Par mais Awesome" - é uma categoria privada, sabem?). Começa a chamada ao palco para receber o Livro de Curso. E a vez da Batata chega. Lá vai ela a entoar o mantra "Dês queira que nã caia" e... sobe para o palco. Ela, os seus pés e... um sapato apenas. 

Ora, nesta situação, o que é que eu faço? 

Descalço o outro, obviamente!! Mas é que é a coisa mais normal a fazer-se! Apanhar o sapato? Não. Andar descalça em cima do palco, a dar uso ao collant é que é bom e bonito.

Lá vem o mesmo fofo da outra vez (a sério, merecia um prémio!), dá-me o outro, ajuda-me a calçar, e é ver o meu blush a ficar mais vivo. Em minha defesa, aquele palco é mesmo muito alto!

Aqui pensei: Batata, pela tua vida de tubérculo, acabou-se a perda do sapato por esta noite! (rindo. Ai, a inocência!)

Entretanto, o jantar acaba e pensa-se em after party. Pode não parecer, mas sou um tubérculo muito careta - isto das disconaites não é para mim, pelo que fui completamente arrastada, sob protesto, para a discoteca. É que eu precisava meeeesmo de estudar no dia seguinte, percebem?

Chegamos à rua, e está o dilúvio de Noé a cair sobre Lisboa. Mas que rio! Ainda por cima, a rua é ligeiramente a descer, acumulando o efeito de enxurrada. Tão nice!, pensámos. Isto só aumentou a minha vontade de ir para a discoteca. Not.

Vai o miguxo, todo lindo, buscar o carro para parar mesmo em frente ao restaurante. As damas entram no banco traseiro do carro, sendo a Batata a última das meninas (aparte: estou a rir-me muito a recordar a situação). 

Entra no carro e, quando vai a pôr a última perna para dentro, o sapato sai. Espreito para baixo, para a rua/rio, e o sapato já não está lá. Solto um "Aaah! O meu sapato desapareceu! Ajuda! Ajuda!", grito para o outro miguxo que tinha ficado a segurar o guarda-chuva, enquanto eu entrava. 

O pânico. 
O riso. 
E um miguxo, vestido de gala, a correr à chuva, tentando encontrar o meu sapato, que tinha ido com a enxurrada. Lá voltou, com o Michael Phelps, versão sapato, a pingar por todos os lados.

Eu suspiro com um desgosto. Os meus sapatinhos lindos! Mas, ó, ainda fui à disconaite com eles (porque me esqueci de trocar de sapatos - esperta que andei 3 dias com dores de pés!), dado que ficámos mais de uma hora no carro, deu para ele secar!

E lá fui para a discoteca, sempre muito carrancuda. A minha ideia era que ia sair de lá feita batata frita naquele azeite todo. Mas... não sei o que aconteceu. Não sei se foi por as expectativas estarem tão baixas que nada podia ser pior. Não sei se foi a atmosfera. Mas até que foi uma experiência... hum...agradável. (Vá, eu até gostei.)

E não é que não havia assim tanto azeite? É verdade! É que, lá pelo meio, ainda encontrei um cavalheiro quando... 

...perdi o sapato no meio das escadas!! 

Ai não. Achavam mesmo que tinha parado por ali? Então, perco o sapatinho e, quando dou por mim, tenho uma mão esticada para me auxiliar que, para além de um "obrigada", não me pediu mais nada. (like)

Depois disso, só perdi o sapato nas escadas de uma ponte, quando estava a ir para o carro. Vá, nem foram assim tantas! E, estava enganada quando disse que não houve Príncipe! Ainda levei uma boleia ao colo para o carro, porque já não aguentava com os pés.

Agora que penso, isto dos príncipes é overrated, Na verdade, quem tem amigos assim, tem tudo. E foi o que aquela noite foi para nós - um brinde à amizade bonita e pura.

E a verdade é que esta Batata velhota e careta deitou-se um pouquinho depois das 7 da manhã. (E no dia seguinte, sentia-se podre, mas essa parte não se diz!)

Bom, o "resumo" está feito e como prometido, aqui fica a foto do par sensation. I've found myself a gentleman!!

E, sim. É uma batata-doce de smoking. Deal with it. Uma batata-doce para uma doce batata!


P.S: Haters vão dizer que foi no paint. Balelas.

Batatinhas!









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