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A mostrar mensagens de julho, 2014

WARNING: Grab a tissue, honey.

Acabar os exames é um pouco como sair de uma toca depois de longos meses de hibernação. Não sei bem o que acontece com os ursos, mas eu acabo sempre com um pouco mais de pêlo e um pouco menos de peso.  Sair à rua dói fisicamente.  Os olhos estão demasiado habituados à suja escuridão do antro em que nos vemos enfiados durante um mês que nunca acaba (e nem é daqueles que tem 31 dias), e a luz do dia de Verão penetra na retina, diminuindo dolorosamente a menina dos nossos olhos, até já não poder mais.  E a voz? O mês monossilábico deixa-nos as cordas vocais roucas - sujas do pouco uso - e o vocabulário limitado. A mente já não divaga pelos caminhos normais. Muito pelo contrário. Fica presa num loop infinito, resolvendo o mesmo problema, vezes sem conta, a noite inteira. É um estado consciente dentro do nosso inconsciente - confuso, algo ébrio, e certamente exaustivo. E quando tudo acaba, vem o "e agora?". Como dar sentido à vida, agora que já não temos pilhas de livro