O Diário da Enxaqueca e a máquina da vizinha

Nunca tinha tido uma enxaqueca. Vi a minha mãe ter, quase semanalmente, desde que me lembro de ser Batata.
Ora bem, como é de experiências que se vive a vida, aqui estou eu, um tubérculo murcho, a comunicar através de uma venda de analgésicos que mascara o que realmente se passa dentro desta cabeça subterrânea.
Desde serpentes de diamantes que teimavam em não deixar o lado esquerdo da minha janela de visão, ao arroxar na cama duas horas a seguir ao almoço (Sim, tudo isto foi parte de um plano maléfico posto em acção, para poder dormir a sesta.), o meu sábado foi passado de olhos semicerrados. 
Acho que já posso pôr um visto na minha folha de experiências a ter, nesta vida. Está meeesmo entre ir à Nova Zelândia e fazer crowdsurfing. Mas agora que já está, já não quero brincar mais a isto - parecendo que não, é desconfortável.

Passando agora ao segundo tema desta tão inspirada crónica (crónica espero eu que não seja a dor), às vezes acho que estou a ser observada. E é por uma das minhas vizinhas, que ainda não descobri qual é (de cima? de baixo?). Isto porque, seja qual for a hora a que me deite, há uma máquina da roupa que decide entrar em centrifugação na máxima força, ameaçando entrar pelo meu quarto a dentro, com a desculpa de que uma das suas funções é estender a roupa.
Dado que quase toda a gente tem o Bio-horário, mais vale dormir de dia e ir às aulas de noite. O perigo de ouvir a centrifugação (craaazy) daquela máquina demoníaca é quase inexistente, dado que, somos todos portugueses, ergo, todos bastante ciosos do nosso dinheirinho.

Assim me retiro, com esperança que esta Horta que me acompanha tenha tido um bonito Sábado, e com desejos de um Domingo maravilhoso. Isto porque, apesar da chuvinha e do gelo que sinto nos pés, aquela prima que só vem uma vez por ano e que fica três meses, já chegou! Alegria! Alergia!



Batatinhas*

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