Rewind

Lá à frente, a conversa de vidas adultas, sobrepunha-se à música que tocava limpidamente na rádio. (*suspiro* eu sei, teria um efeito mais dramático se tocasse roufenhamente, mas estou a descrever um facto...)
Cá atrás eu não ouvia. Tinha o volume do meu mp3 no máximo, e fazia de tudo para não ouvir o que se passava fora da caixinha em que me enfiara.

"Ora bolas... Quanto tempo irá demorar desta vez?" A música entrava, invasora, directamente para a minha cabeça, compilando imagens sucessivas e saíndo pelos olhos, à boleia de uma água impregnada de Cloreto de Sódio.

"Não fungues muito alto", pensei para mim. "Vai passar quando decidires parar de por a música no «repeat»!". Os últimos acordes soam e um dedo move-se instantaneamente. "Que grande borrega! Queres inundar o carro?!"
Mais uns três minutos de auto-comiseração e lá deixei o resto das músicas terem a sua oportunidade.

Só me restava revirar os olhos e, certamente lavá-los com água salgada, e esperar que passasse, mais uma vez. É triste verificar quão rotineiro se tornou. Até já faço disto um encolher de ombros, um revirar de olhos, uns braços cruzados e um olhar para o relógio de: "vamos lá ver quanto é que demora desta vez...". Sou patética.
Mas culpo as hormonas; até porque no momento a seguir, a minha atitude era de no pasó nada .

É estranho como problemas dos outros nos avivam a memória... Põs tudo a mexer outra vez, mas foi apenas por breves instantes. Foi apenas um troço da viagem da noite de sexta. A meio já tinha passado e hoje já esqueci.

Afinal, a parte grelada da Batata é aquela que se corta! ;)

Batatinhas (:

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